Os jovens precisam de ambiente seguro e de oportunidades

Adultos devem caminhar juntos com a juventude para dar continuidade a ciclos virtuosos

A pouca presença de jovens no movimento espírita na atualidade foi uma reflexão que sobressaiu na Roda de conversa “O criador é bondade e justiça para todas as criaturas”, na tarde de sábado (19) do Congresso Espírita do DF, com as contribuições da mediadora Ana Tereza Camasmie e dos painelistas Gustavo Silveira, Marina Nina e Victor Hugo Menino.

Gustavo Silveira disse que a formação de novos líderes em meio a juventude se faz por meio de um “processo”, pois, segundo o expositor, não se pode esperar que as pessoas se tornem “prontas” sem passarem por certas etapas, o que demanda a convivência com os adultos do movimento espírita. Para ele, o Espiritismo compreendido e sentido permite ao jovem ter mais formas de entender seu papel no mundo e, quando adulto, perceber que sempre há tempo para recomeçar.

Ana Tereza Camasmie abordou sobre uma cobrança e uma pressão que se percebe em casas espíritas quanto às expectativas depositadas na formação de jovens líderes espíritas, o que não ocorria em períodos anteriores. Logo, existe uma postura que precisa ser revista para facilitar e incentivar a adesão de pessoas de faixas etárias mais jovens para que se envolvam nas atividades das casas espíritas. 

Victor Hugo Menino, bem humorado, fez o público sorrir ao recordar que, nas primeiras intervenções que fez no movimento espírita, costumava ser muito elogiado. Disse que, nesses momentos, a ponderação da mãe foi marcante, pois ela procurava conter e harmonizar o que poderia inflar o ego do filho com a frase “ele está no caminho, não é?”. 

Marina Nina destacou que os exemplos de participação de jovens reconhecidos no movimento espírita começaram a partir de uma oportunidade. De acordo com ela, cada coordenador de juventude conhece seu público e o potencial que cada um traz consigo. 

“É o caso de caminhar juntos. Tive a oportunidade na minha casa de auxiliar numa roda de conversa em um ambiente seguro e corrigido, com orientações para que os passos fossem dados”, recordou a expositora. Marina Nina, no que se refere à formação de jovens, defende a reflexão de uma continuidade compatível com as possibilidades de cada um para que os ciclos possam se repetir e se retroalimentar virtuosamente, sempre com amparo e sensibilidade dos adultos.  

Gustavo Silveira disse que, enquanto somos mais novos, temos a certeza de que sempre teremos tempo para tudo e que tudo pode ficar para depois, para mais tarde. “A Doutrina Espírita me ajudou a perceber que, não obstante termos a eternidade pela frente e quantas existências necessitarmos para cumprir nossa evolução, cada encarnação tem seu justo valor, cada dia mesmo tem a sua importância”.


Sionei Ricardo Leão (Jornalista Espírita)