A eleição do bem como padrão de conduta é limpeza espiritual 

“Perdoados, mas não limpos”, uma frase do espírito Emmanuel, foi o tema que a vice-presidente da FEB Marta Antunes abordou em sua palestra na tarde de sábado, dia 19, no 10º Congresso Espírita do DF.  A expressão significa que, embora o perdão tenha sido concedido, ele não exime ofendido e ofensor das consequências de seus atos.

Como ofensas e perdões fazem parte de nosso dia a dia, Marta Antunes citou algumas passagens do Evangelho sobre a questão, entre elas o Sermão da Montanha, no qual o apóstolo Mateus narra: “Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia”. Ainda em Mateus, a passagem em que Pedro pergunta a Jesus: "Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?” Jesus respondeu: “Eu digo a você: Não até sete, mas até setenta vezes sete”. 

Por isso, a palestrante salientou que, ao perdoarmos, até mesmo em conversa íntima com o Pai, recebemos a misericórdia divina. Do contrário, ficamos entregues a nós mesmos. O apóstolo Paulo, em suas 14 epístolas, também exorta a necessidade do perdão ao dizer: “Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros”. Já na Carta aos Efésios, Paulo afirma: “Sejam bondosos e compassivos, perdoando-se mutuamente”. 

Marta Antunes enfatizou que perdoar é uma decisão da inteligência e do coração, um ato de caridade moral e de generosidade, desde que não haja arrogância ou superioridade. “É preciso ter respeito pelo ofensor, pois é uma pessoa enferma. Perdoar é ser indulgente, é ser melhor do que se foi, é pedir perdão para si mesmo, conforme nos ensina o apóstolo Paulo”, afirmou. Por outro lado, quem ofende condena a si próprio, e quem não perdoa será conduzido a experiências para aprender sobre a indulgência. O caminho será o do arrependimento, quando cair em si, e da reparação. 

Por fim, Marta Antunes abordou o Código Penal da Vida Futura, constante no livro O Céu e o Inferno. Os 33 artigos representam um exemplo de conduta espírita para qualquer situação da vida. E citou o livro Justiça Divina, do espírito Emmanuel, que analisa a obra O Céu e o Inferno.  O benfeitor diz que, em muitas de nossas faltas, somos imediatamente perdoados, mas não estamos limpos. Maledicências, calúnias, intrigas e violências que fazemos rotineiramente trazem graves consequências. Mas quando começamos o processo de perdão, nos elevamos e damos início à limpeza espiritual. Basta eleger o bem como padrão de conduta em qualquer situação. 

Ana Cristina Sampaio Alves (Jornalista Espírita)